Hoje eu quero,
A acústica do silêncio sobre meu telhado
Ver um pássaro novo inaugurar o céu
Sentir o perfume dos ventos
Desaprender tudo...errar a palavra, morder a palavra, salivar o escuro embaixo da pedra.
Quando pequena, meus pés era mais que simples pés, eram asas; Neles não cabiam sapatos, não cabiam dúvidas.
Quando menina, a terra era mais que terra e as árvores eram escadas que Deus construía para chegarmos mais perto Dele;
Os pássaros eram galinhas que ciscavam nuvens.
Quando andava de bicicleta, e vinha aquele vento fresco lamber meu rosto, eu chegava perto de Deus!
A igreja era um lugar engraçado, hoje é um lugar estranho. Deus ainda mora no vento, na árvore perto de casa, em mim.
Na frente de casa, quado chovia, as águas desciam do barranco, forma-se um laguinho no jardim, lá mergulhava minha alegria...banho de chuva, vaga-lumes em noites escuras, cheiro doce de pedras, tangerinas e laranjas doces amargas, infância!
Hoje quero o inverso, colecionar raízes de plantas, ver cicatrizada todas as mentiras do mundo.
Ir além da imagem, além de tudo que me faça pensar, quero pensar do avesso, mergulhar na contramão das coisas prontas, vencidas, podres.
Hoje quero o chão como o céu e o nada como caminho...
terça-feira, 28 de setembro de 2010
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